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"PRÉMIO A ARTE CHEGOU AO COLOMBO"

 

14.04. — 23.05.2021

Museu Colecção Berardo, Lisboa

"A ARTE CHEGOU AO COLOMBO é um projeto pioneiro iniciado em 2011 que tem como objetivo divulgar as atividades culturais junto do grande público que visita o centro colombo, promovendo a participação e a interação com a arte de forma gratuita e acessível a todos.

No ano em que assinalou a sua 10.ª edição, a iniciativa A Arte Chegou ao Colombo, promovida pelo Centro Colombo e co-organizada pela State of the Art, lançou um prémio de arte com o objetivo de apoiar artistas emergentes. As obras dos concorrentes foram avaliadas por um júri constituído pelos representantes dos parceiros do prémio: a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, a Fundação D. Luís L, o Museu Coleção Berardo, o Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado e, ainda, um representante da Sonae Sierra.

 

Obras de: Adriana Proganó, Amante, Ana Malta AKA NUMPÁRA, Atelier Contencioso (vencedor do prémio), Duarte Perry, Henrique Neves, Manuel Rodrigues Almeida, Maria de Brito Matias, Nicoleta Sandulescu e Tomé Capa."

Rita Lougares

Directora artística do MUSEU COLECÇÃO BERARDO

NONCHALANCE

Ano:

2020

 

Técnica:

Acrílico, pastel de óleo, pastel seco, tinta spray

e canetas acrílicas sobre tela

 

Dimensões:

155 x 214 cm

Memória descritiva da obra

A obra "nonchalance" ilustra vários temas sociais que nasceram do impacto da pandemia cov2. Uma obra de grandes dimensões que se aparenta caótica e confusa, aproximando o seu estado visual ao estado físico e mental do país.

Primeiramente, destaco a mulher numa postura tranquila e livre: livre para fazer o que queira, livre para estar de férias, livre de preocupações; é uma crítica à ignorância ou à "nonchalance" (despreocupação) da sociedade no que toca ao cumprimento das normas de segurança e respeito pelos outros; uma quarentena "algarvia".

Em segundo lugar, realço a cadeira de esplanada vermelha e a janela que, atrás, se encontra aberta. Estes elementos foram inseridos na obra com a finalidade de chamar a atenção para o sector da restauração. Devido à minha actual actividade profissional, presenciei o pânico e ansiedade dos restaurantes e cafés, vazios e sem serviço. Portugal perdeu momentaneamente a sua cultura gastronómica e, em consequência, as ruas perderam a sua vitalidade. Na janela encontra-se uma lista dos serviços da cidade: sem

Menu, sem eventos, sem cultura. 

 

De seguida, em primeiro plano, uma bicicleta estática, simbolizando a urgência do retorno à mobilidade e ao exercício de que fomos privados. Suporta um rolo de papel higiénico remetendo para o valor em ouro a que esse bem foi ridiculamente alcandorado. 

 

Pequenos elementos surgem na tela: telhas, representando o "fique em casa"; um antigo telefone fixo traduzindo a mudança social da conversa de café para uma conversa à distância; frases soltas: "estou desempregado!" devido ao grande número de despedimentos, "casa é trabalho" uma fundição do ambiente familiar ao profissional e "2 metros" sobre as típicas marcas no solo dos espaços comerciais.

 

Por fim, um cotovelo escuro como nova forma de saudação e um monitor

Televisivo onde se representa a ausência de verdadeiras notícias.

 

Uma visão pandémica.

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