O MAIS ÍNTIMO DO QUOTIDIANO​

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Dou casa mas não sei onde moro.

Onde vivo não tem morada.

A minha caixa de correio é visível.

Num local que não existe.

 

É casa, é lar, é bom, é dor.

É confuso porque é confortável.

É triste porque não é minha.

 

Assim a vejo bonita.

Sem a reconhecer.

Quatro paredes cheias de alma.

Sozinhas querem ser.

 

Íntimo é.

Pouco íntimo também.

Casa é um luxo que

pouca gente tem.

 

Ana Malta, 2023.

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Um grande agradecimento à Ana Pais Oliveira pelo convite.